Justiça Federal aceita denúncia contra hackers que invadiram tribunal

A Justiça Federal de São Paulo aceitou no dia 3 de julho uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que investiga um ataque hacker contra o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TF3). As duas pessoas investigadas são acusadas de, entre janeiro e fevereiro de 2021, realizar uma série de invasões aos sistemas do tribunal e fazer ao menos oito tentativas de modificar ilegalmente documentos públicos.

A decisão foi assinada pelo juiz federal Ali Mazloum, que designou audiência para os dias 9 e 10 de setembro deste ano. Aos acusados, são imputados os crimes de invasão de dispositivo informático e crime de falsificação de documentário público. Segundo os investigadores, os acusados modificaram um processo da 22ª Vara Cível Federal de São Paulo para incluir a conta de um comparsa na execução de um banco contra a União. As prisões preventivas foram decretadas, e uma audiência está marcada para os dias 9 e 10 de setembro de 2021.

Caso os criminosos tivessem sido bem-sucedidos e o documento tivesse sido assinado por um juiz federal, eles receberiam os R$ 225.914 determinados. A descoberta da alteração surgiu a partir de uma investigação aberta a partir do momento em que a diretora da secretaria que poderia ter sido responsável pela movimentação afirmou não a ter realizado.

Uma alteração semelhante ocorreu em um processo da 12ª Vara Cível Federal de São Paulo, em que o comparsa foi apontado como destinatário de uma execução de mais de R$ 600 mil. Em seus ataques, os invasores usaram um sistema de recuperação de e-mails para obter senhas de diversos usuários do PJe (Processo Judicial eletrônico, plataforma judicial que permite o acompanhamento de processos) e usar suas permissões para modificar documentos.

Acusados possuíam histórico de crimes cibernéticos
Identificado o e-mail usado pelos criminosos, a Polícia Federal verificou que o acusado também havia realizado modificações indevidas em seis processos criminais federais aos quais já respondia. Ele alterava pareceres de procuradores regionais da república para mudar pedidos de condenação para pedidos de absolvição.

Enquanto o acusado pela invasão permanece foragido, seu comparsa — que fornecia as contas bancárias para as execuções dos valores roubados — está preso preventivamente. Os dois suspeitos atuavam a partir da cidade de Campo Grande (SP) e possuem antecedentes criminais ligados a operações cibernéticas.

Fonte: Metropoles, ConJur

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